Regulamentação é um marco significativo na história da saúde pública brasileira
Márcio Xavier, diretor-geral da Huniq — empresa pioneira quando se fala na difusão de conhecimento e democratização do alcance aos medicamentos derivados da Cannabis no Brasil —, diz que as empresas precursoras no setor podem ter impactos variados, pois existe um potencial aumento na demanda pelos medicamentos. Ele ressalta que a inclusão no SUS facilita o acesso a pacientes que anteriormente não tinham condições financeiras de adquiri-los. Com um mercado consumidor mais diversificado, as empresas pioneiras podem ver um aumento nas vendas e, consequentemente, nos lucros.
No entanto, como destaca Márcio, a medida está apenas no estado de São Paulo, e pouquíssimas empresas serão selecionadas através do processo licitatório. “As empresas pioneiras terão que criar mecanismos para atender outros setores e, principalmente, outros estados brasileiros, considerando que o país é gigantesco. Isso exigirá estratégias eficazes para expandir a distribuição e garantir a presença dos medicamentos em diferentes regiões do Brasil, além de enfrentar a concorrência das novas empresas que devem entrar no mercado”, aponta.
Acesso democrático
Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a importação de produtos à base de cannabis aumentou 93% no país nos últimos 12 meses. Para o empresário, isso reflete uma crescente demanda e aceitação desses produtos no Brasil. O crescimento significativo indica que mais pessoas buscam os benefícios terapêuticos da Cannabis Medicinal, reconhecendo sua eficácia no tratamento de diversas condições de saúde.
De acordo com Márcio, a regulamentação facilita a obtenção desses produtos, permitindo que um número maior de pacientes tenha acesso aos tratamentos necessários. “Com o aumento na demanda e na importação, espera-se que o mercado de Cannabis Medicinal no Brasil continue a crescer, beneficiando tanto os pacientes quanto às empresas do setor”, salienta.
O acesso gratuito em São Paulo, e o mercado para as empresas pioneiras
O empresário acredita que a gratuidade no SUS pode atuar como uma grande campanha de conscientização sobre os benefícios da Cannabis Medicinal, aumentando a aceitação pública e a demanda pelos produtos. As empresas precursoras, com suas marcas já estabelecidas e reputação no mercado, podem aproveitar essa crescente. “Outro ponto a considerar é a possibilidade de diversificação de produtos. As empresas pioneiras podem desenvolver novas formulações e terapias baseadas em cannabis, criando uma oferta diferenciada para outros mercados, enquanto atendem às exigências do setor público. A inovação contínua e a ampliação do portfólio de produtos podem consolidar ainda mais a posição delas no mercado”, conclui.