Médica comenta que, devido à anatomia do estômago, o refluxo piora quando o indivíduo deita sobre o lado direito do corpo. O ideal, para prevenir a doença, é dormir deitado sobre o lado esquerdo
Dados do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD) mostram que cerca de 25 milhões de brasileiros sofrem com o refluxo gastroesofágico. Segundo a médica Juliana Walsh (CRM-SC 22.106 e RQE 12.960), trata-se de um problema que ocorre quando há retorno do conteúdo gástrico (do estômago) para o esôfago, podendo ser um conteúdo líquido, sólido ou até mesmo gasoso. Em alguns momentos do dia, isso pode acontecer sem se caracterizar a doença, como, por exemplo, após a refeição.
Além de sentir o ácido voltando na boca, o refluxo pode causar sintomas como azia, tosse crônica, rouquidão, queimação na garganta, vômitos, dor no peito, dificuldade de ganho de peso e estatura na infância e até mesmo pneumonia e bronquite de repetição. “Se a pessoa apresentar algum desses sintomas persistentemente, é importante que ela procure uma avaliação médica”, orienta.
Conforme a médica, os principais alimentos causadores de refluxo são aqueles ricos em cafeína (café, chá preto, mate, chocolate), comidas ácidas, alimentos gordurosos, bebidas alcoólicas e gaseificadas (refrigerantes), além do cigarro. “O diagnóstico pode ser feito pelos sintomas clínicos, mas, em alguns casos, o médico pode solicitar uma endoscopia digestiva alta e a pHmetria”, esclarece.
Como explica Juliana, existem pessoas que são mais propensas ao refluxo, como obesas, gestantes e usuários de cintas abdominais, pois o aumento da pressão intra-abdominal pode agravar o problema. Ela lembra que o sobrepeso e a obesidade são uma das principais causas da doença. “Alguns estudos demonstraram que uma perda de peso de 5% pode melhorar os sintomas”, observa.
Tratamento
De acordo com a especialista, o tratamento é realizado com mudança de hábitos que envolvem evitar alimentos que causem refluxo; evitar ingerir líquidos durante as refeições; evitar se alimentar antes de deitar (pelo menos duas horas antes); perder peso, caso tenha sobrepeso; fracionar a alimentação (comer menor quantidade) e o cessar tabagismo.

Além disso, a médica pontua que algumas plantas medicinais podem ajudar bastante no controle dos sintomas, como aloe vera (babosa), alcachofra, boldo e espinheira-santa. “Existem casos graves de refluxo que precisam de intervenção médica e até mesmo cirurgia. Então, caso a pessoa já tenha realizado as mudanças necessárias e não apresente melhora, é fundamental procurar ajuda profissional”, finaliza.