Mineiro de Januária, o artista plástico é conhecido no exterior e já fez trabalhos para personalidades famosas, como a atriz norte-americana Whoopi Goldberg
O artista plástico Célio Olímpio doou obras de sua autoria à Santa Casa de Montes Claros, em Minas Gerais. Uma delas está no setor de oncologia do hospital. O artista está satisfeito pelo fato de o trabalho dele provocar bem-estar nas pessoas. Ele diz que a arte é importante para humanizar o ambiente hospitalar, pois a terapia das cores tem poder de cura.
Célio revela que tem alguns amigos psiquiatras que estão usando “Nebulosas”, painéis com várias cores, para auxiliar na recuperação de pacientes. Ele conta que nas técnicas de regressão e relaxamento, os quadros são utilizados para indução na diversidade de cores. “Como faço o trabalho no tamanho que o cliente deseja, quanto maior o painel, melhor é a visibilidade. Os pigmentos de ouro e prata estão em constantes mutações e movimentos. Cada vez que a pessoa olha, ela vê uma figura geométrica diferente”, explica.
Obras
O artista comenta que foram dois painéis criados para a Santa Casa. Um está no Pavilhão Dom José, na entrada principal do hospital, e o outro no setor de oncologia. Segundo o artista, a “Odisseia Irmã Malvina”, doada à Santa Casa de Montes Claros, e “As Nebulosas” são forjadas pelo fogo, com a mistura de pigmentos de ouro e prata, provocando explosões de cores inimagináveis pela mente humana. “Quando fui convidado pelo Maurício Sérgio, então superintendente da Santa Casa, e criar um painel de quatro metros quadrados para a ala de oncologia que estava sendo implantada no hospital, jamais imaginei que estaria criando, talvez, a maior obra de minha vida. A “Odisseia Irmã Malvina”, uma das gestoras do hospital em décadas passadas e já falecida, estava renascendo para continuar dando esperança de vida aos pacientes atendidos naquele espaço”, pontua.
Célio destaca que os pacientes ficaram surpresos com a explosão de figuras geométricas formada pela criação das cores, e que a obra fez, por alguns momentos, eles esquecerem das dores e da agonia provocadas pelo câncer.
Técnica Metalglass
O artista plástico trabalha com a técnica Metalglass — minerais são utilizados para colorir o vidro, à base de calor, recorrendo a metais como ouro e prata —. Ele ressalta que jamais conseguirá fazer duas peças iguais, já que isso faz parte da exuberância da técnica criada pelo pintor italiano Di Prietto. “Tive o privilégio de conhecê-lo em Toledo, na Espanha. O Di era um cara iluminado e não teve tempo de ganhar notoriedade com seu trabalho. Sou o único a quem ele dividiu os conhecimentos do Metalglass. A cada criação sou levado ao infinito do universo. Quando você fica ali, em cima da prancha de vidro, o fogo e eu, criando o nascimento de estrelas e constelações, é a própria criação de Deus fazendo arte”, compartilha.
A importância da cor
De acordo com o artista, as cores são o que mais existem de espetacular para o trabalho desenvolvido por ele, pois ao produzir uma simples “Odisseia” (tem somente uma cor), ou uma “Nebulosa” (mistura de duas cores), Célio consegue tirar uma dezena de cores por conta da fusão do ouro e da prata.
Celio Olimpio – Foto divulgação
O artista plástico esclarece que esses minerais, ao entrarem em combustão, provocam micropartículas de cores inimagináveis, explodindo por toda a placa de vidro, criando ninhos de estrelas e constelações. “Isso é a exuberância do Metalglass. Eu não consigo estabelecer o que vai sair. O senhor fogo é quem dita toda a magnitude das fórmulas e formas que surgirão”, finaliza.