Segundo a endocrinologista Amanda Ximenes, emagrecer pode ser desafiador, pois envolve questões metabólicas, hormonais e até genéticas. Além disso, outros fatores podem passar despercebidos, como a qualidade de sono ruim, carga de estresse elevada, abuso de álcool, práticas alimentares inadequadas e irregularidade de exercícios. “É fundamental entender que o emagrecimento é multifatorial e o tratamento precisa focar em mudar os comportamentos que influenciam a saúde”, alerta.
A médica lembra que as dietas não devem ter restrição excessiva. Ela diz que o objetivo é a reeducação alimentar, reduzindo o número total de calorias consumidas.
Amanda aponta que dietas muito restritivas tendem a ser insustentáveis a longo prazo, além de poder levar a deficiências nutricionais. Acrescenta ainda que a ideia de um hábito alimentar saudável é ampliar o consumo de alimentos, e não restringi-los.
A especialista também ressalta que não existe uma única dieta que sirva para todos os pacientes. Há uma variedade de estratégias dietéticas que podem ser eficazes na ingestão de calorias. “É importante o acompanhamento nutricional durante esse processo para que o plano alimentar seja realmente efetivo. A escolha da melhor dieta deve levar em consideração as preferências e os hábitos de cada paciente”, destaca.
Jejum intermitente: aliado ou vilão do emagrecimento?
A endocrinologista comenta que isso depende. As estratégias de jejum intermitente podem ser usadas como abordagens para o processo de perda de peso, mas, a longo prazo, não há diferença quando comparadas a outros tipos de dietas. “Para alguns, pode ser um aliado, ajudando a reduzir a ingestão calórica e a melhorar alguns marcadores de saúde. Para outros perfis de pacientes, como aqueles que comem em quantidade excessiva durante o período de não jejum, não é interessante”, explica.
Orientação aos pacientes
Amanda conta que trabalha na modificação comportamental com os pacientes, pois eles precisam entender o processo e as fases do tratamento, já que é necessário engajá-los em uma mudança de estilo de vida sustentável, abordando não somente a alimentação, mas todos os aspectos que influenciam a saúde e o bem-estar. É fundamental que essas pessoas possam criar hábitos duradouros, mantendo o acompanhamento médico, nutricional para a manutenção e o sucesso do tratamento do emagrecimento.
Diet e light
Amanda esclarece que nem sempre produtos light e diet são aliados no processo de emagrecimento. O produto light pode ter uma redução de açúcar, gordura ou sódio e, por consequência, uma redução de calorias, o que pode ser benéfico, algumas vezes, no processo de emagrecimento. Já o produto diet tem ausência de algum ingrediente em particular, seja açúcar, gordura ou sal, por exemplo. Mas, para tentar manter uma característica semelhante ao sabor original, é adicionado um adoçante ou gordura. Isso não significa que aquele alimento é reduzido em calorias. “É importante aprender a ler os rótulos. Um chocolate diet, por exemplo, pode ser mais calórico que um tradicional”, salienta.
Atividade física
Conforme a endocrinologista, o paciente muitas vezes não acredita no poder dos exercícios para emagrecer, pois não vê resultados significativos na balança.
Entretanto, além de reduzir a gordura corporal e aumentar o metabolismo, a atividade física contribui para a redução de doenças cardiovasculares e aumenta a expectativa de vida. “Dificilmente o paciente conseguirá manter o peso perdido sem praticar atividade física”, finaliza.